Com a orientação das professoras da Politécnica-UFRJ Marysilvia Ferreira da Costa e Rossana Mara da Silva Moreira Thiré, a então aluna de graduação de Engenharia de Materiais Ana Carolina Brandão desenvolveu um novo método de reciclagem para que polifluoreto de vinilideno (PVDF), oriundo de resíduos pós-industriais, possa ser reaproveitado enquanto filamento para impressão 3D. O projeto gerou pedido de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
A utilização do polifluoreto de vinilideno (PVDF) ganhou espaço na indústria de óleo e gás por suas propriedades mecânicas, químicas e térmicas responderem de forma satisfatória às severas condições de uso, se tornando então um item importante na composição da barreira de pressão de tubulações flexíveis para exploração offshore. Contudo, o destino empregado ao PVDF descartado tornou-se um desafio, pois se trata de um polímero de engenharia de alto valor agregado, não biodegradável, e que predispõe um risco de toxicidade ao meio ambiente.
“Os desafios encontrados durante a pesquisa se deram principalmente na impressão 3D, que possui parâmetros ajustáveis específicos para cada tipo de material. Como o trabalho foi pioneiro em impressão 3D com PVDF, foram necessários testes de impressão com diferentes parâmetros, descritos e analisados”, destacou Ana Carolina, que já deu entrada no pedido de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em março deste ano.
O projeto “Viabilização da impressão 3D como método de reciclagem para o PVDF incluindo a fabricação do filamento” foi realizado nos Laboratórios de Processamento e Caracterização de Materiais (LPCM) e de Biopolímeros e Bioengenharia (BIO/POLI), vinculados ao Departamento de Engenharia Metalúrgica (DMM/POLI) e Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (PEMM/COPPE), sob orientação das professoras da Politécnica-UFRJ Marysilvia Ferreira da Costa e Rossana Mara da Silva Moreira Thiré e com a participação ativa da aluna de doutorado do PEMM/COPPE Marceli Nascimento da Conceição.
“As perspectivas a partir da apresentação deste tema foram agregar valor ao resíduo industrial tornando atraente a reciclagem destes polímeros de engenharia e explorar novos filamentos de impressora 3D, considerando as excelentes propriedades mecânicas e químicas do PVDF. Mostrando viabilidade e usabilidade do produto, pelos testes mecânicos que foram feitos durante o trabalho, esperamos estimular a reciclagem deste polímero cuja degradação gera subproduto nocivos. O pedido de patente visa à proteção da propriedade intelectual, bem como a geração de recursos para as alunas, professoras, Coppe e Politécnica-UFRJ”, explica Rossana.