Paulo Alcantara Gomes, ex-reitor, é professor emérito da UFRJ

Publicado em: 05/07/2023 Escola Politécnica da UFRJ
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Com a presença da comunidade acadêmica e de autoridades de entidades da Engenharia, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizou a cerimônia de entrega do título de Professor Emérito ao ex-reitor da UFRJ e professor da Escola Politécnica da UFRJ Paulo Alcantara Gomes. A emerência aconteceu no dia 30 de junho, no Salão Nobre do Centro de Tecnologia (CT).

As propostas de títulos de Professor Emérito da UFRJ devem ser submetidas ao Conselho Universitário, previamente, e devem ser objeto de parecer favorável, minuciosamente justificado, discutido e aprovado pela Congregação (ou equivalente) da Unidade (ou Órgão Suplementar) proponente e também de aprovação pelo Conselho de Centro. Paulo Alcantara teve o seu nome aprovado por unanimidade pelo Conselho Universitário para receber o título de emérito da instituição, no dia 27 de abril, a partir de proposta originada na Escola Politécnica da UFRJ.

A cerimônia de entrega do título foi conduzida pelo reitor da UFRJ em exercício, Carlos Frederico Rocha, que compôs a mesa oficial, juntamente com a diretora da Escola Politécnica da UFRJ, Cláudia Morgado; o decano do CT, Walter Suemitsu; os ex-reitores da UFRJ, Adolpho Polillo e Alexandre Pinto Cardoso; e Nelson Maculan Filho, que foi o orador. A Comissão de Honra foi composta por Aquilino Senra, Benjamin Ernani Diaz, Eduardo Qualharini, Flávia Moll, Richard Stephan e Sandoval Carneiro, e Paulo César Caetano.

“Hoje, a UFRJ saldou uma dívida com a própria UFRJ. Essa emerência já deveria ter sido realizada há muito tempo. Trata-se de um professor que conseguiu dar o seu melhor tanto na Escola Politécnica quanto na Coppe. Todos os prêmios que o Paulo Alcântara ganhou no Brasil e no exterior, demonstram a sua profunda dedicação, não somente à Educação, mas também à Engenharia, pois ele continua contribuindo mesmo depois de aposentado da UFRJ. É uma honra para todos nós tê-lo como membro da congregação”, destacou a diretora da Escola Politécnica, Cláudia Morgado.

Estiveram presentes para prestigiar o momento solene Carlos Antônio Levi da Conceição, ex-reitor da UFRJ; Paulo Alonso, reitor da Universidade Santa Úrsula; Sidney Mello, ex-reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF); Nival Nunes, ex-reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ); Gisele Vieira, vice-diretora do Cefet/RJ e representando a Diretoria da ABENGE; Cláudio Luiz Baraúna, ex-diretor da Escola de Engenharia da UFRJ e ex-decano do CT; Afrânio Gonçalves Barbosa, decano do Centro de Letras e Artes da UFRJ; e Roberto Medronho, novo reitor da UFRJ, que vai comprir o mandato de julho de 2023 a julho de 2027.

Graduado em Engenharia Civil pela antiga Escola Nacional de Engenharia, atual Escola Politécnica, e com mestrado e doutorado em Ciências em Engenharia Civil, ênfase em Estruturas pela Coppe/UFRJ, Paulo Alcantara ocupou diversas funções ao longo de sua trajetória na UFRJ, entre elas: diretor da Coppe (1978-1982); chefe de Departamento de Mecânica Técnica da Escola de Engenharia (1975-1977), atual Departamento de Estruturas; coordenador do Programa de Engenharia Civil da Coppe (1976); diretor-adjunto para o Desenvolvimento Tecnológico e para Novos Empreendimentos da Escola de Engenharia (1982-1985); vice-diretor da Escola de Engenharia (1982-1985); sub-reitor de Ensino para Graduados e Pesquisa (1985-1991); vice-Reitor (1991-1994) e reitor da UFRJ (1994 e 1998).

“Dou maior destaque ao exercício da reitoria da UFRJ, pelos desafios enormes, como, por exemplo, a luta por recursos que permitam o funcionamento das atividades acadêmicas, o apoio ao crescimento da pós-graduação, o fortalecimento das atividades de extensão, tanto em programas de natureza social, como na articulação universidade-empresa e o compromisso com a igual distribuição de oportunidades”, contou o homenageado.

Enquanto esteve à frente da Coppe, Paulo Alcântara também lembrou o ambiente inovador trazido por ela para as universidades brasileiras, com um modelo novo de pós-graduação, pela introdução do tempo integral, e também pelo fortalecimento da ideia de uma universidade capaz de contribuir fortemente para o desenvolvimento.

Também participou dos Conselhos de Ensino de Graduação (CEG), do Conselho de Ensino para Graduados e Pesquisa (CEPG) e do Conselho Universitário, foi presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, presidente do SEBRAE/RJ, presidente da Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro e presidente da Associação Brasileira de Educação em Engenharia. Ao longo de sua carreira recebeu diversas condecorações e prêmios, entre eles: Medalha da Ordem do Mérito Científico; a Ordem das Palmas Acadêmicas, do governo da França; e o prêmio Manuel Rocha, concedido pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil de Lisboa a pesquisadores e engenheiros.

Mas, segundo ele, sua maior realização foi ter sido professor dos cursos de graduação da Escola Politécnica, por cerca de 30 anos. “Lá, aprendi a dar valor à formação científica dos engenheiros, tive a oportunidade de contribuir para a reforma curricular dos cursos de engenharia, a partir da Resolução 48/76, do então Conselho Federal de Educação. Participei da reestruturação do Departamento de Mecânica Técnica, que se fundiu com o Departamento de Estruturas, e transitei como docente de Resistência dos Materiais, Isostática e Mecânica pelos cursos de Engenharia Civil, Naval, Mecânica, Elétrica e Produção. Foi um importante aprendizado, de grande valor para a minha vida profissional e pessoal”, revelou.

O homenageado teve suas características destacadas por colegas da Universidade durante a cerimônia de outorga. O professor Aquilino Senra, que conhece Paulo há 40 anos declarou:

“O Paulo antes de tudo é um grande amigo, uma pessoa que dedicou a vida à UFRJ. Ele foi um gestor que colocou o seu tempo livre e a liberdade que tem dentro da profissão para resolver problemas da instituição. Eu tenho uma grande admiração por ele. Hoje, a UFRJ reparou uma ação tardia, na presença de seis reitores.”

Já o professor emérito Nelson Maculan Filho resumiu: “Ser professor emérito é a coisa mais importante que alguém que já trabalhou na Universidade pode ser. Eu tenho vários títulos, mas é que eu mais prezo. Fiquei muito contente”.

No fim da cerimônia, o homenageado agradeceu:

“O título de Professor Emérito, embora honorífico, representa muito na carreira de um professor universitário. Ele é concedido, ouvidos o departamento de origem do professor, a congregação da Unidade, o Conselho de Coordenação do Centro e o Conselho Universitário. Ele traz em seu bojo uma forte dose de simbolismo, porque representa a confirmação do compromisso entre o docente e a universidade, de juntos continuarem a realizar ações que propiciem a constante melhoria da qualidade do ensino, a consolidação da pesquisa realizada nos seus laboratórios, e considerada como um dos fatores determinantes para o desenvolvimento do país, e a efetiva contribuição à eliminação das desigualdades sociais e regionais. A emerência é uma forma de manter o professor vinculado à universidade. Dessa forma, ela é para mim, motivo de grande honra e alegria”.