Crea-RJ premia sete trabalhos científicos da Escola Politécnica

Publicado em: 22/11/2023 Escola Politécnica da UFRJ
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O XI Prêmio Crea-RJ de Trabalhos Científicos e Tecnológicos contemplou 17 trabalhos da UFRJ, que foi a instituições de ensino do Rio de Janeiro com maior quantidade de prêmios conquistados. A Escola Politécnica da UFRJ foi contemplada com 7 (sete) premiações de seus trabalhos de conclusão, sendo um do mestrado do Programa de Engenharia Urbana e seis dos cursos de graduação nas engenharias Ambiental, Civil, Metalúrgica, Materiais, Petróleo e Produção. Outras unidades da UFRJ também tiveram trabalhos premiados: Coppe com 5 trabalhos, e Instituto de Geociências (IGEO) com 5 trabalhos.

O reconhecimento do Conselho busca incentivar a construção do acervo científico da sociedade, reconhecendo o empenho de estudantes e professores que contribuem com este legado, e das instituições de ensino, espaços de referência para produção de novos conhecimentos.

A cerimônia de premiação aconteceu no dia 9 de novembro, no Clube de Engenharia, com a presença da diretora da Escola Politécnica da UFRJ, Cláudia Morgado, representando o reitor da instituição Roberto de Andrade Medronho. “Os alunos da Politécnica que submeteram seus trabalhos conclusão foram os premiados na sua área. Portanto, vamos incentivar os cursos que não puderam submeter este ano, concorram no ano que vem”, comentou a diretora.

Vale lembrar que os trabalhos premiados também serão publicados na Ângulos, a revista digital do Crea-RJ, a critério da Comissão Editorial do Conselho.

O que dizem os premiados sobre seus trabalhos:

1) Análise comparativa da acurácia prospectiva da energia natural afluente: um estudo de caso na bacia do Rio Grande
Autora: Isabela Neves Merotto – graduação em Engenharia de Produção
Orientador: José Roberto Ribas

“Eu estava trabalhando em uma empresa de energia e percebi que o mercado de energia elétrica possui muitos desafios de otimização. Como o sistema de energia elétrica brasileiro tem forte dependência da energia hídrica, optei por estudar formas de previsão da energia disponível de um afluente. O estudo comparou três técnicas tradicionais de previsão e uma técnica de inteligência artificial, machine learning, e mediu a acurácia dos diferentes métodos de previsão. O principal desafio do estudo foi a obtenção de dados históricos dos parâmetros utilizados. Apesar disso, o estudo é altamente replicável, tanto para outras bacias, quanto utilizando outras configurações de IA. Quando aplicado em larga escala, a previsão mais acurada tem potencial para aumentar a eficiência do sistema, reduzindo custos e, portanto, o preço da energia elétrica, um insumo essencial em toda a cadeia produtiva.”

2) Desenvolvimento de ferramenta para análise de dados de saneamento. aplicação em um estudo de caso para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo
Autor: Wagner Lima Monteiro – graduação em Engenharia Ambiental
Orientador: Monica Pertel

“Ao longo da faculdade, participei em diversos projetos de consultoria na Coppetec, atrás do Dhrima. Nesses projetos, aprendi e executei estudos utilizando dados para pautar tomadas de decisão. A escolha do tema do meu trabalho foi pela afinidade e gosto pela área de dados, sobretudo, no setor de saneamento, que ainda tem muitas dificuldades em inserir tecnologias mais modernas. Quando se trata de análises de dados é exigido conhecimento e tempo para extrair, manipular e montar visualizações que sejam relevantes e informativas para o estudo em questão. Assim, visando automatizar e facilitar esse processo criei uma ferramenta com uma interface simples que permite realizar análises de maneira mais rápida.”

3) Dimensionamento de sistema de macrodrenagem na bacia do Rio Piraquê Cabuçu e avaliação da sua performance, adotando uma abordagem de infraestrutura verde e azul, com apoio de modelagem hidrodinâmica
Autor: Wallace Barreto Ramos – graduação em Engenharia Civil
Orientador: Osvaldo Rezende

“O objetivo do meu trabalho foi realizar um estudo com modelagem hidrodinâmica na bacia do Rio Piraquê-Cabuçu, localizada no Rio de Janeiro. Essa região é habitada por pessoas socialmente vulneráveis, as quais sofrem periodicamente com as inundações. O trabalho propõe a criação de espaços resilientes e sustentáveis para uma gestão mais eficiente das águas pluviais. Para tal, foram desenvolvidos projetos-piloto para a região de estudo, abordando infraestrutura cinza e infraestrutura verde e azul. Foram propostas soluções de telhados verdes, jardins de chuva e espaços verdes e azuis nas praças e espaços livres. Essas são intervenções que buscam criar uma paisagem funcional que seja capaz de trazer uma interação com a urbanização e medidas com funções de infiltração e armazenamento da bacia urbanizada.”

4) Fabricação e avaliação de eficiência de células solares de perovskita multi-cátion (csmafa) com diferentes camadas de transporte de elétrons
Autor: Lucas Galhardo Pimenta Tienne – graduação em Engenharia de Materiais
Orientador: Renata Antoun Simão

“É inegável a importância de pesquisa e investimento na área energética. As células fotovoltaicas se destacam até mesmo entre as demais fontes de energia renováveis. A possibilidade de um dispositivo captar luz solar e conseguir transformá-la em eletricidade até pode parecer ficção científica. Fabricar esses dispositivos que parecem ficção e testar na prática se uma ideia realmente é uma solução foi uma grande realização não só profissional, mas como também uma experiência pessoal deslumbrante. Um grande desafio foi equilibrar precisão e delicadeza nos processos para conseguir fabricar filmes finos de poucos nanômetros que fossem também homogêneos. Com base na experiência adquirida nesse trabalho, pretendo continuar nessa área de pesquisa em células solares que é tão deslumbrante para que seja possível conseguir fabricar dispositivos cada vez mais eficientes, estáveis e também que sejam baratos ao ponto de serem acessíveis a todos, contribuindo para um mundo mais sustentável.”

5) Índice de urbanidade para o suporte à gestão de políticas públicas
Autora: Clara Cristine Rodrigues Duarte – mestrado no Programa de Engenharia Urbana (PEU)
Orientadores: Marcelo Miguez e Aline Veról

“A escolha do tema teve origem na preocupação com as populações em áreas de risco de inundação e a consequente necessidade de suas realocações, as quais têm se tornado problemas frequentes e pouco explorados nos contextos urbanos. Uma das grandes dificuldades consistiu em atender as demandas dos habitantes, equacionando-as à qualidade do ambiente, ao provimento de serviços urbanos, aos aspectos de mobilidade e à segurança contra inundações. A expectativa é que o índice desenvolvido seja aplicado em diversas localidades a fim de dar suporte ao planejamento urbano. O prêmio CREA é essencial no reconhecimento da importância desta temática, dando luz às possíveis estratégias para a resolução deste problema.”

6) Novas tecnologias e estudo de caso sobre perfuração no pré-sal brasileiro
Autora: Izadora Madrid da Rosa – graduação em Engenharia de Petróleo
Orientador: Juliana Baioco

“A perfuração é uma das ramificações da Engenharia de Petróleo, mas dentro dela, ainda existem muitas outras: geopressões, fluidos, revestimento, cimentação, direcional, cabeça de poço, equipamentos, etc. O maior desafio foi conseguir compilar todo o histórico de informação relevante de cada área já publicado e, a partir disso, desenvolver um projeto baseado nas melhores tecnologias e resultados já obtidos na indústria. Deixo um legado sobre projeto de poço no pré-sal brasileiro, apresentando as diversas tecnologias empregadas nas diferentes áreas da perfuração e um projeto de poço-tipo baseado nelas, compilados em um único trabalho, até então inexistente na indústria.”

7) Simulação termodinâmica para estudo da adição de manganês em ligas de ZR-NB
Autor: Yuri de Abreu Silva Araújo Fleischhauer – graduação em Engenharia de Metalúrgica
Orientadora: Rafaella Martins Ribeiro
Coorientador: Bernardo Pompermayer Eduardo

“Dada a relevância do setor de energia, responsável por cerca de 75% das emissões de gases de efeito estufa, a escolha do tema do meu trabalho foi baseada no importante papel que a energia nuclear deverá desempenhar no contexto das mudanças climáticas e economia sustentável e no fato de o Brasil possuir tanto usinas nucleares em operação quanto reservas de minério de urânio. O meu maior desafio foi investigar e sugerir ligas inéditas de ZR-NB-MN promissoras e acredito que o desenvolvimento de novas ligas para aplicação nuclear é uma etapa fundamental tanto para aumentar a vida útil de componentes das usinas brasileiras e a autonomia do país quanto para fortalecer a indústria nacional.”